Dinheiro, evolução, futuro e Guardiola: o Manchester City e seu sério projeto na última década

Matheus Eduardo
14 min readFeb 21, 2019

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OBS: este texto, na verdade, é uma thread que eu fiz no Twitter, mas aqui estará de forma mais organizada e detalhada. Para quem quiser dar uma olhada por lá também, é só clicar AQUI e seguir o fio.

De Vincent Kompany a Kevin De Bruyne, a história do Manchester City nos últimos dez anos pode ser bem descrita com os jogadores desta foto

Entre as temporadas 2009/10 e 2018/19, a década do City foi pautada em uma evolução gradativa dentro da Inglaterra. No período, o clube deixou de ser uma 5ª força no país para se tornar o mais regular entre os que iriam à Liga dos Campeões da UEFA a cada ano. Os dados ajudam a explicar.

Se tomarmos como ponto de partida a temporada 2010/11 (com a chegada de jogadores importantíssimos, como Yaya Touré e David Silva), o City é o ÚNICO time inglês a estar na zona de classificação para a Champions em todos os anos desde então — oito temporadas consecutivas. Também é o time com mais títulos de Premier League e pontos na competição no período. Olho nos números.

Títulos de Premier League desde 2010/11:

  • Manchester City — 3
  • Manchester United e Chelsea — 2
  • Leicester — 1

Mais vezes entre os 4 primeiros da tabela desde 2010/11:

  • Manchester City — 8
  • Manchester United e Arsenal — 6
  • Chelsea — 5
  • Tottenham — 4
  • Liverpool — 3

Mais pontos na Premier League desde 2010/11:

  • 712 — Manchester City
  • 659 — Manchester United
  • 642 — Chelsea
  • 629 — Tottenham
  • 624 — Arsenal
  • 593 — Liverpool

Além dos números, um destaque à aposta na longevidade dos treinadores no clube: no período, o City teve apenas três comandantes (Roberto Mancini, Manuel Pellegrini e Pep Guardiola), com cada um deles tendo três anos de trabalho. Para se ter uma ideia do valor desta “garantia” de trabalho aos treinadores: no mesmo intervalo de tempo, só o Arsenal teve menos treinadores (2) que o Manchester City no comando; Liverpool (4), Tottenham (4), Manchester United (5), Everton (5) e Chelsea (8) superaram os citizens nesse quesito.

Longevidade, também, para muitos jogadores: bem como o Chelsea naquela primeira leva com Mourinho (2004–2007), o City tem uma série de atletas que construíram a história vencedora dos últimos anos — Hart, Kompany, Kolarov, Zabaleta, David Silva, Yaya Touré, Milner e Agüero são os expoentes. No atual elenco, também um destaque para a longevidade de jogadores e conhecimento de projetos diferentes. Por exemplo, Kompany, Agüero e David Silva trabalharam com os três últimos treinadores. Além disso, há a importância dessas permanências criando uma hierarquia dentro do país.

N o que se refere a títulos de forma geral, o City está empatado com o United como equipe que mais levantou troféus desde a temporada 2010/11. No período, nove troféus para cada equipe.

  • Manchester City: 3 Premier League + 3 Copas da Liga + 1 FA Cup + 2 Supercopas da Inglaterra
  • Manchester United: 2 Premier League + 1 Copa da Liga + 1 FA Cup + 4 Supercopas da Inglaterra + 1 Liga Europa

UPDATE: com o título da Copa da Liga Inglesa em 2018/19, o Manchester City ultrapassou o Manchester United no número de troféus levantados a partir de 2010/11

Passados os dados mais superficiais, venho com alguns porquês deste domínio nacional.

1. Estrutura interna

Centro de treinamento e estrutura para categorias inferiores ligada à equipe principal, estádio etc. em uma área ampla (imagem abaixo), e com jogadores jovens cada vez melhores por conta dessa preparação.

Os maiores exemplos estão à nossa vista: Jadon Sancho, agora jogador do Dortmund, foi criado nessa estrutura; Phil Foden, melhor jogador do último Mundial sub-17; além de outros jovens destaques, como Brahim Díaz (recentemente vendido para o Real Madrid), Angeliño, Maffeo, Aleix García e Nmecha. Olho.

O texto linkado aqui simplifica a estrutura do CT do City e como ele ajuda a interligar as categorias. Isso é essencial no pensamento a médio/longo prazo do clube.

OBS: nos últimos anos, destaques como Karius, Rabiot, Denis Suárez, Trippier e Sturridge também surgiram ou fizeram parte de suas etapas evolutivas nas categorias de base do Manchester City. Não se enganem com essa história de “compraram um time inteiro porque não produzem talento”. O desafio agora é aproveitá-los sem que vão embora para crescer em outro lugar.

2. Acomodação dos jogadores e um projeto válido com tempo para que se desenvolvam

Prestem atenção no elenco do City nos últimos anos. Notem que os grandes jogadores do elenco dificilmente deixam o clube, e se sentem cômodos a crescerem ali. É um diferencial para outras grandes equipes na Europa.

Além da questão financeira, a ideia de manter um projeto em torno dos jogadores-chave e aprimorar sua qualidade é algo diferente. Kompany joga no City há onze anos; David Silva há nove; Agüero há oito; Fernandinho completará seis anos de clube e chegou ao seu auge só agora — aos 33 anos de idade. Paciência, sempre.

Com o costume e um projeto confiável, surgem os primeiros passos positivos e a vitória dentro do país. Quando não vence a liga, fica próximo dos líderes. E assim o trabalho se mantém vivo. Demora a se desgastar e mudar o comando técnico. Com Pep, acaba por se tornar um estágio ainda mais forte com isso.

3. Ideias de jogo e hierarquias de treinadores evoluindo gradativamente

Mark Hughes foi o técnico que começou o trabalho no City na “era rica” (entre as temporadas 2008/09 e 2009/10) e uma equipe mais próxima do que era a cultura local e a ideia inglesa de trabalho. Naquele time com Robinho, Elano, Ireland, Dunne, Shaun Wright-Phillips, Given… os primeiros anos foram de maior adaptação à cultura, mesmo com investimentos.

Depois, mais “internacionalização” e um passo adiante com Mancini — com ele, os primeiros títulos, com uma FA Cup (10/11), uma Supercopa da Inglaterra (12/13) e a conquista da Premier League (11/12, no momento histórico do gol de Kun Agüero contra o QPR nos acréscimos do 2º tempo); com Pellegrini, a qualidade para competir melhor na Liga dos Campeões, como visto antes com seu Málaga (levou o “novato” espanhol às quartas-de-final da competição no ano anterior ao do seu acerto com o City) — com ele, outro título de Premier League (13/14), além de duas conquistas da Copa da Liga Inglesa (13/14 e 15/16). Por último, Guardiola, um treinador de primeira prateleira.

O momento que mudou a história do Manchester City, com o gol de Agüero nos instantes finais do jogo contra o QPR e o primeiro título de Premier League do clube

O mais importante de tudo: o time era competitivo em todas essas versões. Algumas com defeitos diferentes de outras, mas sempre competitivo. Tinha foco na competição semanal e em ficar perto dos líderes, até verem que o título era acessível em 2011/12. Aqui, um ponto importante foi a montagem gradativa do elenco, e muitos jogadores já entrosados no ano do primeiro título inglês — só Agüero e Dzeko eram recém-chegados naquele time-base. E assim foi quando venceram em 2014 e 2018 também, sempre com tempo para desenvolverem a parte coletiva e de adaptação de seus atletas.

Até pela ideia bem gradativa de tornar este time dominante no país, demorou para o City criar o “hábito” de se impor como time a lutar por título todo ano. Demoraram a engrenar em 2013/14 assim, e retomaram essa luta na ponta com Guardiola no comando.

4. Soluções pontuais dentro do elenco e rejuvenesce-lo na hora certa

O City cresceu com a velha guarda e soube o momento de “abrir mão” de muitos deles na entressafra até o título de 2017/18. Foi um momento de mudança para se tornarem muito melhores dentro do país.

Sobre as soluções pontuais, destaque para momentos com treinadores anteriores: as chegadas de Agüero/Dzeko no ataque e o ajuste de Clichy na lateral-esquerda com Mancini; com Pellegrini, Fernandinho complementando Yaya Touré como dupla de volantes + a mudança de 4–4–2 para 4-2-3-1, tendo Agüero como atacante de referência.

Para o City atual, três mudanças foram vitais para o resultado agora: Pellegrini notar que Agüero seria melhor como “9” e não com uma dupla de ataque; Fernandinho recuar a partir da parceira com Yaya Touré — o que influenciou para que se tornasse um grande volante — , e a queda de rendimento de David Silva como ponta esquerdo, já no último ano com Pellegrini.

A partir disso, Pep começou seu trabalho municiando Agüero, transformando David Silva e De Bruyne em uma dupla de interiores — algo que eu já esperava desde o começo do projeto — , e Fernandinho em um passador perfeito a partir da posição mais recuada. A última e definitiva das soluções foi encontrada com Guardiola entre janeiro e fevereiro de 2017: utilização do 4–3–3 com dois pontas agudos e de forte 1 contra 1. Sem Gündogan (machucado), seu meio era sempre formado com Fernandinho, De Bruyne e David Silva + Sterling e Sané por fora. Foi quando Gabriel Jesus desencantou, logo em seus primeiros jogos pelo clube.

Naquele momento, o City recuperou um bom futebol semana a semana na Premier League e se estabeleceu (até levar o 0x4 do Everton, numa escalação diferente da habitual) numa forma de jogo. Depois, na temporada seguinte (17/18), remodelou o elenco para potencializar este 4–3–3 com um time mais jovem na defesa e venceu a Premier League com campanha recorde.

Hoje, vemos o Manchester City com Guardiola (tal qual o seu time histórico na temporada passada) com um jeito quase uniforme de jogar e algumas adaptações específicas a cada adversário. Tudo começou aí. Muitos jogadores em comum desde a “descoberta” do 4–3–3 ideal e a “chave” encontrada.

City e a Champions

Diferente do processo na Inglaterra, em que o City parece ter encontrado, especialmente com a contratação de Pep Guardiola, uma forma de dominar os adversários semanalmente, vem o desafio continental. Como imaginar o clube nesse tempo?

Desde 2011 na competição, os citizens tiveram o trabalho bem gradativo com os treinadores. Com Mancini, nunca chegaram à fase mata-mata, mas enfrentaram grupos dificílimos em 2011/12 (Napoli e Bayern) e 2012/13 (Borussia Dortmund e Real Madrid).

Com Pellegrini, mais competitividade, além de tudo. E, é claro, por serem iniciantes na competição, faltava hierarquia. Perderam jogos em detalhes nesses anos de aprendizagem. Com o técnico chileno (entre 2013 e 2016), jogos pesados em fase de grupos (Bayern, Juventus, Roma) e eliminações duras para o Barcelona em duas oitavas-de-final consecutivas (2013/14 e 2014/15), no que também pesou a falta de hierarquia.

No último ano da “Era Pellegrini”, um caminho um pouco mais acessível e eliminação para o Real Madrid (que seria o campeão) na semifinal com dois jogos decepcionantes, mas com um brilhante De Bruyne durante o torneio.

Com Guardiola, tendo a esperança de chegar longe mais uma vez e com maior experiência, um time um pouco mais efetivo, mas menos hierárquico contra times grandes (estreou na fase de grupos levando um 0x4 do Barça no Camp Nou). A propósito, Messi é um terror para o City nessa competição — seja o de Pep ou o de Pellegrini. Sempre determinante nos revezes.

Depois, eliminações diferentes em 2016/17, para o Monaco de Mbappé que castigou os problemas defensivos do City, e em 2017/18, para o Liverpool, com Klopp sendo a antítese do jogo de posição de Pep na Inglaterra e superando completamente seu City na eliminatória. As últimas derrotas de maior relevância do City (Barcelona, Monaco, Liverpool e Lyon) levam a pensar que falta hierarquia e controle (sobretudo em partidas eliminatórias), e o ritmo alto + capacidade superior de material humano dos adversários leva os citizens às derrotas. Na somatória, os jogadores/treinador acabam condicionados, e aqui há outros fatores que dificultam também.

O Liverpool de Jürgen Klopp foi o grande obstáculo no caminho do City na última temporada, especialmente na Champions. Torneio é o grande desafio para Guardiola e os jogadores no novo projeto

Por que não é justo exigir do City, na Champions League, o mesmo domínio que possui na Inglaterra?

  1. O calendário inglês dificulta muito que o time performe tão bem nas noites europeias;
  2. Falta hierarquia e conhecer a competição;
  3. Os adversários fortes estão bem mais habituados às eliminatórias.

O próprio Guardiola falou, ainda ano passado, que não via o Manchester City pronto para vencer uma Champions. Entre as justificativas, citou o fato de a torcida ter que se habituar àquilo. A tendência é que o City adquira essa “casca” bem aos poucos, aprendendo a cada eliminatória e menos dominante que nas ligas nacionais. Bem como na Inglaterra, um passo de cada vez, e o projeto sério também se aplica na Europa. Ganhará hierarquia com o passar do tempo.

Importante destacar: até mesmo o Real Madrid, tricampeão europeu consecutivo, precisou “bater” na trave, caindo na semifinal em 3 anos consecutivos com José Mourinho, para só depois voltar a vencer a competição após um jejum de 12 anos. Tudo é calma, paciência. Dá para chegar lá.

City Football Group

Já faz alguns anos que o grupo detentor da parte financeira do City se responsabiliza por uma companhia de clubes ligados entre si, que fazem intercâmbio de jogadores e desenvolvimento por diversos cantos do mundo. Tudo é bancado pelo Abu Dhabi United Group.

Desde o mais famoso (Girona — ESP) até os espalhados em outros continentes, trabalham com muitos jovens talentos que, futuramente, podem integrar o elenco do Manchester City. Lembram do que foi dito sobre pensarem no futuro? É mais uma das estratégias.

Os clubes que integram o City Group:

  • Manchester City (INGLATERRA)
  • Girona (ESPANHA)
  • Melbourne City (AUSTRÁLIA)
  • Yokohama F. Marinos (JAPÃO)
  • New York City (ESTADOS UNIDOS)
  • Torque — 2ª divisão (URUGUAI)
Dirigentes representam quatro dos clubes do City Football Group. Da esquerda para a direita: New York City, Melbourne City, Yokohama F. Marinos e Manchester City — número 15 se remete à temporada 2014/15, quando surgiu a integração do projeto

OBS1: O nome “City” no final de alguns dos times é proposital e foi “colocado” neles logo após a integração com o City Group

OBS2: Há equipes de observação e desenvolvimento de talentos que não fazem parte do City Group, mas estão ligadas ao projeto. A mais conhecida é o NAC Breda, da Holanda — jogadores podem ser emprestados pelo Manchester City ou por um dos times “filiais” para o NAC: um exemplo foi o goleiro Arijanet Muric, que estava cedido ao clube holandês nesta temporada, mas precisou ser reintegrado pelo City devido à séria lesão do chileno Claudio Bravo

Curiosidade: Daniel Arzani (australiano), jogador mais jovem da última Copa do Mundo, é oriundo do trabalho do City Football Group. Era jogador do Melbourne City até a Copa; agora, foi contratado pelo Manchester City e está emprestado no Celtic.

Pep Guardiola, a transição e o futuro no clube

Desde 2016, com a contratação de Guardiola para ser o novo treinador, o “próximo passo” do clube parece estar mais ligado ao desenvolvimento de jogadores e uma transição de gerações. Os mais velhos da era vencedora saindo e talentos surgindo para serem desenvolvidos.

Parece bem claro que a chegada de Pep é um divisor de águas na história do City. Uma mostra explícita de que o clube quer ser muito mais e almeja estar entre os melhores do mundo. Para isso, precisa se remodelar e se reconstruir de forma quase total para competir neste nível.

Guardiola é o melhor técnico deste século, e os Sky Blues confirmaram o domínio nacional com ele como treinador. Em menos de três anos, a marca clara de um time bem trabalhado e adaptado ao jogo de posição e jogadores desenvolvidos para estarem no seu auge com o treinador. Tendo contrato até 2021 (e cumprindo-o), o técnico catalão deve moldar ainda mais esta equipe dentro do país e tentará superar as N dificuldades existentes na Inglaterra com calendário e desgaste físico excessivo, pensando em jogos de Liga dos Campeões.

Desde seu início na Inglaterra, já quebrou paradigmas na forma de jogar e se adaptar. Quanto a isso, o próprio Pep se mostrou irredutível quanto a abdicar da sua forma de jogo — embora, de fato, se adapte em alguns momentos e a alguns adversários.

“Todos me dizem que tenho que mudar meu estilo agora que estou (trabalhando) na Inglaterra. Mas eu digo: ‘Quem tem que mudar são vocês’. Eu não vou mudar, porque não sei fazer o que faço de outra maneira. E nem sinto que tenho que mudar”

Quanto ao mercado do City, destaque para a mudança de postura do clube, especialmente visando desenvolver os jovens jogadores. Leroy Sané, Gabriel Jesus, Aymeric Laporte, Oleksandr Zinchenko, Raheem Sterling, John Stones, Ederson, Bernardo Silva… todos são para presente e futuro. E, já pensando que alguns estão em seu terceiro ano com Pep, pensem em como mudaram: Sané hoje é muito mais objetivo, Sterling aprendeu a marcar mais gols ou dar mais assistências, Stones é completo e consistente, Bernardo soma em todas as fases do jogo, Zinchenko aprendeu a ser lateral (era armador)…

A maturação destes jogadores e o projeto em torno deles, convivendo com outros ali consolidados e já gigantes no futebol, fará com que o City tenha anos brilhantes daqui para frente. A aposta, certamente, é em torno disso e em seus melhores atualmente, especialmente Fernandinho, De Bruyne, David Silva e Agüero. Os quatro são essenciais em tudo o que o time produz. São as referências para guiar o grupo. É bem claro o projeto nesse sentido, e deixa o legado de um time que tentará ganhar tudo.

Além disso, atenção para a forma com que Guardiola se “desligou” de ídolos do clube, sem fazer com que isso virasse um problema — ao menos inicialmente. Saíram Zabaleta, Kolarov, Nasri, e pouca coisa mudou, apesar disso. Em especial, destaco como lidou com os adeuses de Joe Hart e Yaya Touré.

Joe Hart foi um dos ídolos que estiveram no “desmanche” durante o trabalho de Pep Guardiola no City; o goleiro não possui as características exigidas pelo treinador e, por isso, acabou dispensado. Momento com Pep foi marcante, também, pela transição nas referências dentro do clube

Com o marfinense, mesmo com os problemas quanto ao seu aproveitamento (Barça e City), aparentou ter concluído bem a história, uma boa despedida após uma queda de rendimento natural para a idade e a parte física. Entretanto, questões levantadas após a saída de Yaya do time de Manchester levam a dúvidas em relação ao tratamento do treinador espanhol com o meio-campista (incluindo possíveis problemas com racismo) — ao que tudo indica, sem nenhum tipo de influência negativa dentro do clube posteriormente.

Com Hart, o problema da falta de encaixe na forma de Pep enxergar as funções de seu goleiro, e uma mentalidade incrível para superar a situação. Aqui, destaco a dificuldade do treinador ao se desfazer do ídolo.

“Essa foi a decisão mais difícil que eu já tomei em toda a minha vida como treinador porque ele (Hart) é um profissional incrível e eu acho que não há dúvidas sobre sua qualidade”

E, na sequência, a maturidade do Hart ao lidar com a situação e o elogio à honestidade de Guardiola na decisão — que foi um problema anos atrás, nas desavenças com Eto’o e Ibrahimovic.

“Está tudo bem entre eu e Pep. Penso que ele é um treinador top. Ele conversou comigo e foi super honesto. Olhei nos olhos dele e apertei sua mão, agradecendo pela honestidade. […] Não o agradeci por sua opinião, mas por sua honestidade, que nunca vi igual. Tentamos fazer o melhor de uma situação ruim para nós dois”

Encerro o texto da mesma forma que concluí a thread no Twitter, mantendo a opinião de que o City está no caminho certo para tentar se consolidar como potência na Europa em pouco tempo e, mais que isso, se manter assim. Por fim, assim como fiz lá, recomendo que acompanhem o @ManCityStuffBR, que pode explicar tudo que foi dito aqui com mais clareza, além de falar sobre o Manchester City com todos os detalhes.

DETALHE: todas as citações estão linkadas com as fontes. Basta clicar em cima delas para acessar o site de referência.

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Matheus Eduardo

Raramente (mas não nunca) posto algumas ideias aqui. A intenção é fazer essas leituras valerem a pena. Futebol em todos os sentidos possíveis.